sexta-feira, 21 de maio de 2010

ENTREGA AO INCERTO

Confiar apesar das intrínsecas possibilidades
Inerentes a liberdade daquele que agora lhe está tão mais próximo
Tão íntimo....
A confiança que é fruto do amor próprio
Não....não a imagem, não o modelo de exemplo
Determinado e imposto para ser seguido
Priorizando, muitas vezes, a exacerbada praticidade que move o mundo.
É o sentir que lhe é próprio,
Que brota de dentro
E que é transmitido, dedicado
Pra quem se escolhe oferecer

Difícil é aceitar
Que de fato, na atitude deste sentir,
O amor vai sem garantias de retorno
E isso não é "papo" bíblico
Jesus tinha razão
Amar funciona quando incondicionalmente

E não se sente mais nobre por isso
Não se é mais abençoado por isso
Simplesmente acontece
Aceitar que o retorno é a própria ida....
Que o retorno é a sua própria intenção na ação de transmitir
De oferecer, de dedicar....

E mesmo assim ele existe?
Quando menos se espera...
Mas a espera ainda é grande
Os olhos ainda estão alerta
E o efeito é como ficar na beira da escada olhando a chaminé ou a janela
Na virada do Natal
É certo que não se verá nada....

A espera e a descrença
Ou a ação e a confiança?
Talvez a escolha comece pela desistência...
Desistir de tentar manipular o tempo do Sol nascer ou se pôr,
A velocidade de rotação da Terra
Desistir de tentar fazer com que as flores brotem antes da multiplicação das células
Desistir de de fazer com que o dia 20 chegue antes do dia 5
Ou até, desistir de calendário...
De contabilizar o que não se numera