quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Apenas um instante

O silêncio me atrai....
Não para experimentar o pleno momento presente, como os monges
Mas para ter a impressão de que estou tangente ao mundo
Ou em companhias que compartilham do mesmo silêncio
Como as árvores, os cães sob o sol, os pássaros, os insetos...
Eles não estão calados....mas estão em respeito
Não julgam....

Há um silêncio que me deixa livre
Para estar feliz ou triste, calada....
Linda ou feia, em paz ou atormentada.....
O momento onde a verdade não destrói o que não precisa só porque ela surgiu
Onde ela é livre, onde ela pode existir sem causar grandes espantos...
Sem causar atitudes preciptadas....

Apenas um instante
E deixar surgir este encontro
Manter-se em silêncio
Porque a verdade causa espanto na maioria
E quando ela vem, não há como filtrá-la
Não há como torná-la mais amena
Senão pelo silêncio
Que transforma tudo no mais calmo alto mar...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Sozinho

Na minha fluidez desabrocham os interiores

Num monólogo distraído

Num momento que não se compartilha mais...

Aconteceu antes, não deu tempo....


E na distração os interiores falam

Dançam, arquitetam, entendem-se...

Criam novas falas e sons

Testam novos movimentos

Envolvem-se com a melodia....

Estão nus e sem máscaras

Estão receptivos e sem companhia...


Estranho é exatamente isto,

A receptividade desperta

Quando não há outro alguém....

E mesmo assim tudo está bem


O prazer do solo

É o prazer do solo no palco

Que compartilha com muitos

Que sabe estar sendo observado por tantos olhos

Mas ainda é um solo....

O mesmo solo de grande receptividade sem convidados

Talvez invisíveis....

Ou talvez recebendo o mundo....

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Simples, contínuo....espontâneo...

O gesto é o mesmo....menos o olhar
O toque é sutil....mas não escondido
O carinho, transmitido em diversas maneiras....mas não será o óbvio....
Não será a prova, não verá problemas....
Pode colocar a dúvida
E colonizar as imaginações alheias
E gerar a alegria de quem quer descobrir primeiro
Mas não há provas...não há o que provar....
Não há possíveis flagrantes
Diante dos gestos mais simples...
Tão espontâneos que ninguém percebe
Que torna algo raro em comum
Que aparece à todos, mas comunica apenas um.

Thais Pierrot

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Vem das ANDANÇAS

Nas "andanças" que faço por tantos caminhos diariamente.
As pessoas que encontro... de onde surgem os encontros
De onde saem as histórias que ficam na memória.
Das trocas de olhares, sorrisos, asperezas, intrigantes expressões....os movimentos...
Comunicando-se, passando as mensagens que só o olhar despretencioso consegue entender...
Os estranhos, os feios, os curiosos, os marcantes, os livres, os contidos, os bailarinos, muitos me intrigam....
E botam palavras nos meus pensamentos....E brotam sensações, emoções e sentimentos de dentro de mim......
Ter um espaço para expressar meu próprio olhar desses momentos, do mundo que vivo....E compartilhar com os que caminham junto comigo.

Thais Pierrot Martins