terça-feira, 30 de agosto de 2011

PAISAGEM



Um passaro urbano que pousou no fio dos postes
Ou que se aquece nos telhados velhos das casas do centro
Um casal de maritacas que fez moradia no forro de uma casa em frente a uma avenida
Um primata urbano...
Pode estar no zoológico
Sendo a notícia da semana por sentir-se solitário
Pode estar no parque, oásis no meio do caos...
Ou dentro de um carro, num ônibus, no metro...indo disputar mais um dia...
Ou a observar outros de sua espécie sob o prisma do viver um dia de cada vez

Arvores urbanas...
Canteiros de jasmins na 23 de maio
Floridos e permeados pelo lixo
quaresmeiras pelas calçadas (boa moradia para morcegos urbanos)
Um pássaro pequeníssimo sai do canto do centro cultural
Estava numa moita sabe se lá de qual planta
Era cinza-prata com o peito vermelho...Nossa!
Totalmente diferente daquelas bolinhas marrons voadoras
Que existem aos montes pelas ruas urbanas
Aqueles que já nem tem mais nome, mas dizem chamar-se pardal
Ou daquelas velhas senhoras maiores, as pombas
De andar cambaleante
Mendigando a migalha de qualquer coisa
Os ratos, guerreiros sobreviventes!
Parindo seus filhotes (tão fofinhos) nas guias das ruas

E o Homo sapiens segue seu fluxo de vida
Muitos entregando os nervos nas mãos do destino (ou nas mãos de outros seres humanos)
Outros tantos, os nervos e a razão...e até o próprio destino
Mas a maioria segue seu fluxo de vida
Num dia-após-dia, para um futuro que demora a vir
permeando pelos vários personagens urbanos
Já invisiveis...

Thais Pierrot Martins.